Os populares modelos de processo de software
Agora vamos falar dos dois modelos de processo de software mais conhecidos e utilizados na Engenharia de Software: o Waterfall (Cascata) e o RUP (Rational Unified Process). Ambos são modelos prescritivos, ou seja, seguem uma abordagem estruturada e sequencial, mas cada um tem suas particularidades, vantagens e desvantagens. Vamos explorá-los em detalhes!
Waterfall (Modelo em Cascata)
O Waterfall é um dos modelos de processo mais tradicionais e foi um dos primeiros a ser amplamente adotado na Engenharia de Software. Ele é chamado de “cascata” porque as fases do projeto fluem sequencialmente, como uma cascata, onde uma etapa só começa após a conclusão da anterior.
Fases do Waterfall:
- Requisitos:
- Coleta e documentação dos requisitos do sistema.
- Exemplo: Entender o que o cliente precisa e documentar em um documento de requisitos.
- Análise e Projeto:
- Definição da arquitetura do sistema e do design das funcionalidades.
- Exemplo: Criar diagramas de classes, fluxos de dados e protótipos de interface.
- Implementação:
- Codificação do software com base no design.
- Exemplo: Desenvolver o código-fonte do sistema.
- Testes:
- Verificação e validação do software para garantir que ele atenda aos requisitos.
- Exemplo: Realizar testes de unidade, integração e sistema.
- Manutenção:
- Correção de bugs, atualizações e melhorias após a entrega.
- Exemplo: Adicionar novas funcionalidades ou corrigir erros reportados pelos usuários.
Vantagens do Waterfall:
- Simplicidade: Fácil de entender e implementar.
- Documentação: Gera uma documentação robusta em cada fase.
- Previsibilidade: Ideal para projetos com requisitos bem definidos e estáveis.
- Controle: Permite um acompanhamento claro do progresso.
Desvantagens do Waterfall:
- Rigidez: Dificulta a adaptação a mudanças nos requisitos.
- Feedback Tardio: O cliente só vê o produto final, o que pode levar a surpresas desagradáveis.
- Risco de Falha: Se houver erros na fase de requisitos, eles se propagam para as fases seguintes.
- Pouca Flexibilidade: Não é adequado para projetos com requisitos voláteis ou incertos.
Quando Usar o Waterfall?
- Projetos com requisitos bem definidos e estáveis.
- Projetos pequenos ou de curta duração.
- Quando a documentação detalhada é essencial (ex.: projetos governamentais ou de regulamentação).
2. RUP (Rational Unified Process)
O RUP é um modelo de processo iterativo e incremental desenvolvido pela Rational Software (adquirida pela IBM). Ele combina elementos de planejamento estruturado com flexibilidade, permitindo adaptações ao longo do projeto. O RUP é organizado em fases e disciplinas, com foco na entrega incremental de software.
Fases do RUP:
- Concepção:
- Definição do escopo do projeto e dos objetivos.
- Exemplo: Identificar os stakeholders e os requisitos iniciais.
- Elaboração:
- Detalhamento dos requisitos e definição da arquitetura do sistema.
- Exemplo: Criar protótipos e validar a arquitetura.
- Construção:
- Desenvolvimento do software em iterações.
- Exemplo: Codificar e testar funcionalidades em ciclos curtos.
- Transição:
- Entrega do software ao cliente e suporte pós-implantação.
- Exemplo: Realizar treinamentos e corrigir bugs reportados.
Disciplinas do RUP:
O RUP também é organizado em disciplinas, que são áreas de trabalho que ocorrem ao longo das fases:
- Modelagem de Negócios: Entender o contexto do negócio.
- Requisitos: Coletar e documentar os requisitos.
- Análise e Projeto: Definir a arquitetura e o design.
- Implementação: Codificar o software.
- Testes: Verificar a qualidade do software.
- Implantação: Entregar o software ao cliente.
- Gerenciamento de Configuração e Mudanças: Controlar versões e mudanças.
- Gerenciamento de Projeto: Planejar e monitorar o projeto.
- Ambiente: Configurar ferramentas e infraestrutura.
Vantagens do RUP:
- Flexibilidade: Permite adaptações ao longo do projeto.
- Entrega Incremental: O software é entregue em partes, permitindo feedback constante.
- Documentação Controlada: Gera documentação, mas sem excessos.
- Foco na Arquitetura: Prioriza a definição de uma arquitetura robusta desde o início.
Desvantagens do RUP:
- Complexidade: Pode ser burocrático e difícil de implementar.
- Curva de Aprendizado: Requer treinamento e experiência da equipe.
- Custo: Pode ser mais caro devido à necessidade de ferramentas e treinamento.
Quando Usar o RUP?
- Projetos de médio a grande porte.
- Projetos com requisitos que podem evoluir ao longo do tempo.
- Equipes experientes e com conhecimento em Engenharia de Software.
Comparação entre Waterfall e RUP
| Aspecto | Waterfall | RUP |
|---|---|---|
| Abordagem | Sequencial e linear. | Iterativo e incremental. |
| Flexibilidade | Pouca flexibilidade para mudanças. | Adaptável a mudanças nos requisitos. |
| Documentação | Documentação extensa e detalhada. | Documentação controlada e focada. |
| Entrega | Entrega única no final do projeto. | Entregas incrementais ao longo do projeto. |
| Complexidade | Simples e fácil de entender. | Mais complexo e burocrático. |
| Indicação | Projetos com requisitos estáveis. | Projetos com requisitos dinâmicos. |
Tanto o Waterfall quanto o RUP são modelos de processo que têm seu lugar na Engenharia de Software. O Waterfall é ideal para projetos com requisitos bem definidos e estáveis, enquanto o RUP oferece mais flexibilidade e adaptabilidade, sendo adequado para projetos maiores e mais complexos. A escolha entre eles depende das características do projeto, da equipe e do ambiente de desenvolvimento.


2 respostas para “Processos e seus Modelos na Engenharia de Software”.
[…] Atenção: antes de seguirmos adiante, a professora pede para que leiam sobre Processos e Seus Modelos. […]
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[…] Atenção: antes de seguirmos adiante, a professora pede para que leiam sobre Processos e Seus Modelos. […]
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